– Na Rodada 4, haverá melhor comportamento dos jogadores com os árbitros?

Nas 3 primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro de 2014, tivemos 8 Cartões Amarelos por reclamações contra a arbitragem no total dos 30 jogos.

Nessas 3 primeiras em 2015, com mesmo número de jogos, tivemos 33 cartões amarelos. Mais que o QUÁDRUPLO!

A busca pelo bom comportamento dos jogadores em relação à arbitragem é justa. Mas chamo a atenção: cuidado para os abusos dos juízes!

Aliás, se a Regra não mudou e sempre foi a mesma, por quê os árbitros não a cumpriram em 2014 e deixaram as reclamações ocorrerem a vontade? O comandante da arbitragem é ainda o mesmo, os nomes dos árbitros idem, e os cartolas que o chefiam, quase os mesmos (afinal, já há 1 na cadeia).

– Árbitros do mesmo estado é para arranjar confusão!

Há tempos que estamos falando sobre a iniciativa da CBF em escalar árbitros nascidos em mesmos estados dos times em que estão apitando, mudando o critério de neutralidade de hoje. Por exemplo: em um jogo entre Paulistas x Cariocas, um Gaúcho apita, nos moldes atuais.

Com o intuito de demonstrar a honestidade do árbitro, deixando de considerar os árbitros como regionais, e sim nacionais, Sérgio Correa da Silva resolveu fazer testes: colocou árbitros nascidos em mesmo estado do clube que apita: na Rodada 1, o carioca Marcelo de Lima Henrique apitou São Paulo x Flamengo, sendo que o juiz está trabalhando pela Federação Pernambucana. Heber Roberto Lopes, paranaense, em um jogo do Atlético Paranaense, sendo que ele apita pela Federação Catarinense. Em ambos casos os bandeiras eram do estado do outro time.

Agora, na rodada 4, ampliará a experiência com FIFAS que apitam no mesmo estado: Vuaden e Daronco, ambos da Federação Gaúcha, apitarão respectivamente Internacional x São Paulo e Goiás x Grêmio.

A idéia é mostrar que não existem árbitros de federações, mas todos da confederação. Num mundo ideal, ótimo! Mas é nesse momento de turbulência do futebol brasileiro (vide as reclamações das equipes, prisão de José Maria Marin, reclamações formais do Santos FC à CA-CBF, e tantos outros poréns), que se fará tal teste de credibilidade?

É claro que os árbitros são honestos. Mas há certos complicadores: imagine no Beira-Rio, se aos 49 minutos do 2o tempo o gaúcho Vuaden dá um pênalti duvidoso pró-Inter? Ou se o bandeira paulista Marcelo Van Gassen (que será o assistente 1) anula um gol colorado no fim do jogo? A discussão será grande!

PARA QUÊ POLEMIZAR?

Quando existia a experiência dos AAA (árbitros adicionais assistentes), eles eram do mesmo estado do clube mandante, e foi preciso trocar o critério de escala pois os clubes em unanimidade reclamavam de tal fato e chamavam esse tipo de coisa como “economia burra”, pois gastava-se menos com passagens aéreas.

É incrível que a CBF promova tal coisa em algo tão sério como o Campeonato Brasileiro. Estou imaginando no Itaquerão, com 5 minutos de acréscimo, numa suposta partida entre Corinthians x Flamengo, um árbitro carioca marcar aqueles “pênaltis de queimada” ridículos que vez ou outra ainda vemos. Teremos assunto para uma semana inteira!

Se a proposta de tais escalas como “prova de que o árbitro é honesto”, como relatada em algumas mídias, partiu do presidente Marco Polo Del Nero, deveria ele vir a público esclarecer porque não demonstra apreço maior e profissionaliza o quadro de árbitros!

Detestei tal idéia. E você?

Aliás, leio no Lance.net que Roberto Perassi, instrutor de árbitros da FPF, esteve no Morumbi com o Cel Monção dando palestra sobre Regras aos jogadores do São Paulo FC. Curiosamente, é o próprio Perassi quem será o delegado do jogo entre Internacional x São Paulo.

Boa sorte ao Vuaden e aos bandeiras. Creio na lisura de todos esses citados, mas critico veementemente a falta de preservação e prudência das escalas, ou melhor, do sorteio.

No futebol, quanto menos burburinho e menor desconfiança, melhor para todos! A honestidade começa por aí.
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– Osório poderá enviar seus bilhetinhos no SPFC?

Juan Carlos Osório, colombiano, é o novo treinador do São Paulo FC. Respeitado por ser um estudioso, costuma ser flagrado anotando e passando informações aos seus jogadores em bilhetinhos do seu caderno de rascunhos.

E aí está algo curioso que os árbitros não poderão questionar: a comunicação escrita de informações advindas internamente ao campo de jogo e área técnica!

Aliás, a questão sobre “como jogador e treinador se comunicam” tem sido discutida há algum tempo: tudo começou com Vanderlei Luxemburgo, então treinador do Corinthians, na final do Campeonato Paulista de 2001: Corinthians x Santos jogaram e descobriu-se que Luxemburgo orientava o meia Ricardinho através de um ponto eletrônico escondido em seu ouvido. Era permitido ou proibido?

Ninguém sabia se podia, pois a Regra nada dizia. Dias depois, em uma reunião da International Board (o Organismo que é “dono” das Regras do Futebol) determinou-se que seria proibida a comunicação eletrônica entre treinador e jogadores durante a partida.

Recentemente, passou a ser fato comum a comunicação via celular entre treinadores e seus assistentes. O próprio Luxemburgo, certa feita, assistia o 1o tempo das partidas nas arquibancadas, conversava com seu assistente via rádio e depois dirigia a equipe no 2o tempo no banco de reservas.

Após os estudos de uma equipe de força-tarefa da FIFA em 2011 (grupo formado por ex-atletas e estudiosos do futebol, que visa trazer sugestões), reforçou-se textualmente com a redação da orientação na Regra 4 (Equipamento dos Jogadores):

Os árbitros proibirão o uso de radiocomunicação entre jogadores e o corpo técnico”.

Mas aí veio uma nova modificação. Para 2013/2014, houve alteração do mesmo texto:

Os árbitros proibirão o uso de sistemas eletrônicos de comunicação entre os jogadores e/ou o corpo técnico”.

Aqui a alteração é mais profunda: a comunicação eletrônica por celulares ou rádios era proibida (portanto, a comunicação FALADA), mas nada impedia que a comunicação fosse REDIGIDA através de outro equipamento eletrônico “não sonoro” exceto os citados, como, por exemplo, via tablets ou notebooks. Onde estaria a proibição de que um treinador não poderia se comunicar com os atletas mostrando imagens e informações em um iPad com estatísticas em tempo real? Ou com informações de fora via email?

Agora, a proibição é EXTENSIVA A QUALQUER SISTEMA ELETRÔNICO DE COMUNICAÇÃO e não mais somente entre jogadores e treinadores, mas AMPLIADA ENTRE OS PRÓPRIOS INTEGRANTES DA COMISSÃO TÉCNICA. E um grande exemplo disso: José Mourinho costumava receber informações estatísticas on-line das partidas de seu assistente técnico via tablet, e as repassava através de bilhetinhos escritos a mão para seus jogadores. Isso (informação de fora), agora, não pode! Mas se o treinador quiser passar suas instruções por escrito em uma tecnologia rudimentar, como papel, somente com suas impressões pessoais, PODE!

Na sua última circular antes do início do Paulistão 2014, a FPF reforçou esse lembrete no capítulo 20 das suas orientações:

É PROIBIDO o uso de sistemas eletrônicos de comunicação entre jogadores e/ou comissão técnica. Exemplo: treinador para assistente fora do campo, conforme alt Regra 4, pg 29 do Livro de Regras.[Lembro que não é só fora do campo, mas dentro também].

Sendo assim, fique tranquilo, Osório! Se alguém te expulsar por dar um bilhetinho das informações que você colheu das suas próprias observações de jogo (portanto, sem informação externa ou por meio eletrônico falado ou ilustrativo), será abuso de autoridade

Já imaginaram a Comissão de Árbitros baixar uma norma contra isso? Seria totalmente tupiniquim!!!

Eu, particularmente, acho um retrocesso proibir a comunicação externa. Se o clube tem uma equipe técnica profissional e que se atenta a detalhes do jogo para ajudar o treinador, isso deveria ser uma evolução bem vinda ao futebol. Porém, entendo também o que os legisladores da Regra pretendem: se um árbitro não tem um celular para ligar a alguém com imagens e perguntar se foi pênalti ou não, seria desproporcional que treinadores tivessem essa informação privilegiada.

Resta aos mais espertos utilizarem alternativas. Imaginaram bolinhas de papel voando das arquibancadas com informação ao banco? E nas arenas européias, onde torcedores e comissões técnicas estão próximas: que tal a comunicação boca-a-boca, onde um torcedor assiste o jogo em tempo real via Web em som alto e “sem querer” o treinador escuta?

Alternativas criativas devem surgir! Ou você acha que não?

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– Como Reeducar o Futebol Brasileiro?

A última rodada do Campeonato Brasileiro foi perfeita para a discussão de novas reflexões sobre diversos atores do futebol. Vamos a elas?

1) REEDUCANDO JOGADORES PELA ARBITRAGEM

O número de cartões amarelos neste sábado e domingo foram impressionantes. Mas repare: a maioria por reclamação!

Sim, há um processo de busca do respeito ao árbitro implantado pela CBF em sua última circular divulgada pela Comissão de Árbitros antes do início do Brasileirão, em que se pede punição ao jogador que abusa das reclamações e atrapalha a arbitragem. Na verdade, jogador brasileiro é muito “nhenhenhém”! Cai em qualquer tranco, chia por qualquer lateral e quer ganhar muito no grito. Aí, quando vai para a Europa, se dá mal por achar que seu comportamento aqui era o normal e precisa se adaptar.

Não tem nada de “Regra Nova”, é simplesmente “cumprir a Regra não cumprida”. Ou seja: atleta tem que jogar bola e falar menos com o juiz. Dessa vez, aplaudo a iniciativa tomada pelo chefe dos árbitros, Sérgio Correa da Silva, e pelo fato de avisar a todos os treinadores da Série A sobre o rigor em tal fato.

No jogo entre Palmeiras 0x1 Goiás, Robinho, Valdívia e Leandro Pereira criticaram a “nova regra em que o jogador tem que ficar mudo”. Bobagem, é discurso de quem jogou mal e preferiu arranjar subterfúgio. Aliás, o próprio treinador Oswaldo de Oliveira condenou a chiadeira de seus jogadores dizendo que “os atletas foram avisados até por escrito que não deveriam reclamar, estavam cientes da orientação da CBF e são lembrados do comportamento adequado antes do jogo. Parabéns ao Oswaldinho, que não jogou a culpa da derrota na arbitragem.

2) REEDUCANDO A AUTO-SUFICIÊNCIA E A CULTURA

Em 1954, na Copa da Suíça, dois pecados aconteceram: a “sova” que o Brasil levou humilhantemente dentro de campo pela Hungria (na bola e na porrada) no episódio conhecido como a “Batalha de Berna”, além da conquista do vice campeonato húngaro.

Puskas, excepcional craque daquele período, entrou para a história por não ter vencido uma Copa do Mundo. Os húngaros eram conhecidos como tecnicamente muito bons, estudiosos e disciplinados. Um dos fatos mais marcantes foi a quebra da invencibilidade da Inglaterra em Wembley. O English Team nunca havia sido derrotado na história do futebol em sua casa, e, para surpreendê-los, estudiosos húngaros sugeriram que os atletas se aquecessem antes dos jogos. Ironizados pela torcida, os jogadores entraram antes do horário para o 1o aquecimento da história e… venceram por 6×3 os ingleses no jogo emblemático de Londres (em 1953).

Naquele período, o Brasil vivia o Complexo de Vira-lata, um trauma de incapacidade muito grande que destoa da arrogância e auto-suficiência de hoje. Em 1957, o húngaro Bela Guttmann chegou ao Brasil para treinar o São Paulo, radicalizando esquemas táticos e conceitos, e estes foram incorporados pelo seu assistente técnico, Vicente Feola, que os utilizou na Seleção Brasileira de 1958, trazendo o título mundial pela 1a vez ao nosso país, findando a história da inferioridade.

Nos dias atuais, o futebol húngaro é um mero figurante. Claro, tudo é fase, tudo passa. E nessa má fase do futebol brasileiro, onde ainda acreditamos que somos os melhores mesmo sem sermos e insistentemente não nos reeducamos nem nos reciclamos após o vexatório 7×1 da Alemanha em pleno território nacional, o São Paulo ousa em contratar um técnico estrangeiro. Sim, “ousa” em contratar Juan Carlos Osorio, colombiano e – aqui seu pecado maiorestudioso do futebol!

Ora, para alguns, vale o “marketing do malandro”: falar a língua do boleiro, deixar o último botão da camisa aberto para mostrar o umbigo na beira do gramado e gritar alguns palavrões sem sentido na área técnica. Parece ser depreciativo dizer que se estudou futebol, como se o teórico certamente fosse ruim na prática. E aí eu penso: xenofobia, cultura da ode à ignorância ou simplesmente arrogância e falta de humildade para admitirmos que não somos tão protagonistas como achamos que somos?

Torço para que Osório dê certo, a fim de que mais treinadores estrangeiros venham para cá e que eles façam o mesmo rebuliço que Bela Guttmann fez há quase 60 anos por aqui – no mesmo São Paulo FC.

3) REEDUCANDO O CONCEITO DE GRANDEZA

Na última rodada, dos 7 grandes clubes históricos do eixo Rio-SP que disputam a série A, (Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama), apenas o Tricolor Paulista venceu o seu jogo. Será que os grandes não estão apenas se “achando grandes”? Falta jogar bola como grande.

4) REEDUCANDO A PACIÊNCIA E O PARÂMETRO

Oswaldo Oliveira, treinador do Palmeiras, foi aplaudido quando mudou completamente o jogo no 2o tempo de Corinthians x Palmeiras no Itaquerão e eliminou o rival. Também fez um bom trabalho nas finais contra o Santos, em que pese a derrota nos pênaltis. Mas foi perder novamente para o Goiás (mesmo com um bom 1o tempo), que a “batata começa a assar”.

Tite, treinador do Corinthians, foi aclamado quando venceu o São Paulo na Libertadores e em determinado momento creditava as atuações do Corinthians ao fim dos rachões em dia de treino e a intensidade de jogo. Depois do jogo contra o Fluminense, voltou-se a criticá-lo pela sonolência da equipe e da “empatite” e “Titebilidade” das explicações. E está invicto no Brasileirão!

Tudo isso – dos aplausos a vaias a Oswaldo e a Adenor Tite – tem o período exato de apenas um mês! Como o torcedor é passional…

Em suma: o apaixonado e o cartola de precisam ver, sentir e sofrer “um choque de gestão no futebol”. Mais gente de fora para palpitar mudanças, oxigenação, reeducação, readaptação e tempo para a implantação de novas idéias. E os jogadores, mais profissionalismo dentro e fora do gramado. Se não dá para se reeducar pelo amor, parece que será pela dor! Para isso, algumas quebras de paradigmas – por bem ou por mal – são necessárias, além de muita paciência.

E você, o que pensa sobre tudo isso? Deixe seu comentário:

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– São Paulo 3 x 0 Joinville e o Gol irregular de Dória!

Para quem gosta de detalhes da Regra do Jogo, vale chamar a atenção: na partida entre São Paulo 3 x 0 Joinville, o 1o gol, marcado pelo zagueiro Dória, foi irregular. Explico:

Bruno cruzou a bola para a Grande Área. Ela viaja, passa por Luís Fabiano que estava em posição de impedimento mas sobra para Dória que saiu de trás e estava em posição permitida. A priori, gol legal, pois o zagueiro surgiu como surpresa por trás dos marcadores adversários.

Entretanto, perceba que quando a bola passa por Luís Fabiano, ele busca o cabeceio e se esforça para alcançá-la. Portanto, passou de impedimento passivo para impedimento ativo. Lembremo-nos que são 3 condições para sancionar o “offside”:

1- participar ativamente da jogada;

2- interferir contra um adversário;

3- tirar a vantagem da posição.

Aparentemente Luís Fabiano não tocou na bola (se tocasse, era a condição 1), mas ele levou a marcação junto dele, que automaticamente deixa a passagem livre para Dória surgir sozinho (condição 2). Assim, por manifestar interesse em dominar a bola e por tabela confundir o adversário, mesmo sem tocar na bola, o gol foi ilegal.

É claro que com o resultado de 3×0 e a falta de esboço na reclamação do Joinville, o lance passou batido. Mas vale a consideração! Para melhor ilustrar, vamos lembrar de Robinho, nas semifinais do Paulistão entre Palmeiras x Santos: o jogador que deu um corta luz o fez como drible (participando do lance) ou como forma de demonstrar não querer participar do lance? Aqui, LF demonstra claramente querer jogar.

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– A Copa América e seus árbitros! Bons nomes escolhidos?

A Copa América do Chile está prestes a começar, e a Conmebol divulgou “seus homens de preto”.

Para a competição, foram escolhidos os melhores árbitros (sempre o número 1) de cada país do continente (exceto o país-sede, Chile, com 3 nomes), além de convidados da Concacaf. Sendo assim, Sandro Meira Ricci será o nosso representante.

Gostou do nome?

Aqui vai a relação completa:

PAÍS ÁRBITROS                       FUNÇÃO
ARGENTINA  NESTOR PITANA Árbitro
HERNÁN MAIDANA Árbitro Assistente
JUAN PABLO BELATTI Árbitro Assistente
BOLÍVIA RAUL OROSCO Árbitro
JAVIER BUSTILLOS Árbitro Assistente
JUAN P. MONTAÑO Árbitro Assistente
BRASIL  SANDRO RICCI Arbitro
EMERSON DE CARVALHO Árbitro Assistente
FABIO PEREIRA Árbitro Assistente
CHILE ENRIQUE OSSES Árbitro
JULIO BASCUÑAN Árbitro
JORGE OSORIO Árbitro
CARLOS ASTROZA Árbitro Assistente
MARCELO BARRAZA Árbitro Assistente
RAUL ORELLANA Árbitro Assistente
COLÔMBIA WILMAR ROLDÁN Árbitro
ALEXANDER GUZMÁN Árbitro Assistente
CRISTIAN DE LA CRUZ Árbitro Assistente
EQUADOR CARLOS VERA Árbitro
CHRISTIAN LESCANO Árbitro Assistente
BYRON ROMERO Árbitro Assistente
PARAGUAI  ENRIQUE CÁCERES Árbitro
RODNEY AQUINO Árbitro Assistente
CARLOS CÁCERES Árbitro Assistente
PERU VICTOR H. CARRILLO Árbitro
CESAR ESCANO Árbitro Assistente
JONNY BOSSIO Árbitro Assistente
URUGUAI *DARIO UBRIACO

*Apresentar provas físicas no dia 25/05/15

Árbitro
MAURICIO ESPINOSA Árbitro Assistente
CARLOS PASTORINO Árbitro Assistente
VENEZUELA JOSÉ ARGOTE Árbitro
JORGE URREGO Árbitro Assistente
JAIRO ROMERO Árbitro Assistente
CONCACAF A confirmar os 2 trios arbitrais

– Quando “Pular” pode Valer uma Falta a favor?

Dias atrás, ouvi em uma rádio um jogador que sofreria uma falta e que resolveu pular dizer:

Se não pulo, me quebrava.”

É nesse ponto que devemos ter atenção quanto às marcações das faltas: Quando é que o fato do atleta “Pular” invalida ou não uma infração?

A Regra 12 (Infrações e indisciplinas) diz que todo ato faltoso (dar um pontapé, agredir, cuspir) independe se atingiu ou não o atleta. O jogador que DAR ou TENTAR praticar a infração deve ser punido.

Se na disputa de bola, um zagueiro pratica um carrinho e, na iminência de atingir as pernas do seu adversário, este atacante pula para não se machucar, deve-se considerar falta (a mesma marcação de como se tivesse atingido), por essa condição da regra. A Regra do Jogo permite isso, pois, logicamente, se o atleta permanecesse esperando as travas de uma chuteira, fatalmente se lesionaria gravemente.

Portanto, pular para não ser atingido pode; e ainda ganha a falta ao seu favor.

O que não pode:

– Pular depois de perder uma disputa de bola, simulando a infração, tentando ludibriar a arbitragem/torcedores.

– Pular antes da disputa de bola se efetivar, abdicando da tentativa de domínio, deixando de jogar para tentar cavar uma falta.

A primeira situação, a da simulação, é um problema cultural brasileiro, onde os jogadores preferem enganar a arbitragem do que disputar lealmente o jogo, fato que não ocorre em torneios como a europeia Champions League

A segunda situação, a da abdicação do jogo, é outro problema tupiniquim, o de achar que “tudo é falta”, onde “encostou tem que parar o jogo”. Remete até mesmo a uma certa frouxidão, não obervada em torneios como a sulamericana Libertadores da América.

Portanto, pular para se preservar no momento de ser atingido, pode.

Claro, os jogadores agem aqui no Brasil dessa forma não tão correta (abdicar do jogo), e nas partidas internacionais, mudam de comportamento. É visível. Também os árbitros procedem da mesma forma, diferenciando o comportamento em partidas domésticas e internacionais, infelizmente.

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– As Boas Idéias Propostas por Sálvio Spínola e Carlos Simon

Sempre aprendi: pior que não ler um jornal, é ler apenas um único! Assim, gosto de ouvir sempre várias opiniões sobre os assuntos que me interesso, filtrando o joio do trigo e com os bons conhecimentos solidificar uma opinião.

Para tanto, ouço e leio das coisas boas às ruins, sempre tomando o cuidado de não me empolgar com aqueles que sou fã e admiro e, ao contrário, respeitando até mesmo àqueles que sei que escrevem com desprezo ou chapa-branquismo.

Pois bem: Sálvio Spinola escreveu (como sempre faz em seus bons textos na ESPN.com) algumas medidas para a melhora do futebol. Paralelamente, vejo algumas boas idéias semelhantes às que Carlos Eugênio Simon também escreveu em seu blog do canal concorrente, no FOXSports.com.

Vi nas páginas virtuais desses dois comentaristas de arbitragem que existem críticas sobre a posição deles, como as de Marco Antonio Martins (presidente da ANAF) e a de Marcelo Marçal (editor do ApitoNacional.com.br, em seu próprio site) que, em suma, discordam de que a CBF seja a responsável pelo patronato dos árbitros e tecem tênues críticas aos mesmos por terem sido, no caso de Simon, influente membro da vida sindical gaúcha, e no caso de Sálvio, ex-cartola da Conmebol.

Eu, na minha humilde opinião, SOU TOTALMENTE FAVORÁVEL ao conjunto de idéias desses dois ex-árbitros da FIFA.

Em especial, defendo incontestavelmente quanto a urgente profissionalização da arbitragem, que deveria ser assumida pela milionária CBF, pagando FGTS, 13o, INSS e assinando um contrato de médio prazo com os chamados “árbitros de elite”. E na mesma importância, sou crítico ao modelo adotado de mistura entre dirigentes sindicais e cartolas das comissões de arbitragens / vedores / observadores ou seja lá como for. Afinal, como o cara pode ser defensor do árbitro presidindo o Sindicato e ao mesmo tempo trabalhando para o patrão (CBF / Federações Estaduais)? E junte-se a eles a opinião do ex-árbitro Alfredo dos Santos Loebeling, que em recente entrevista à Rádio Jovem Pan criticou o fato de que gente incapacitada há muito comanda a arbitragem, citando, em especial o Coronel Marcos Marinho. Euclydes Zamperetti Fiori, ex-árbitro, escreve toda semana essa realidade no Blog do Paulinho.

O que mais me deixa indignado é que a cartolagem do apito, ao invés de receber humildemente as críticas, solta as mais manjadas pérolas e desculpas para a fuga do mea culpa, como: “quando estava lá não dizia isso”; “este que critica nunca fez nada”; “reclama mas é frustrado por não estar / ter chegado lá”, e outros subterfúgios de arrogância.

O certo é: há 10 anos são as mesmas pessoas que comandam a arbitragem paulista e ela perdeu em dignidade, sem revelar ninguém! E no cenário nacional, o mesmo grupo vive e sobrevive há perder de anos, nada fazendo de diferente ou revolucionário!

Para quem gosta do assunto, compartilho os dois textos que, confesso, gostaria de tê-los escrito tamanha a precisão nas feridas tocadas!

Abaixo, compartilho:

            A) Carlos Eugênio Simon

O APITO NO BRASILEIRÃO 2015

Extraído de: http://www.foxsports.com.br/blogs/view/199912-o-apito-no-brasileirao-2015

A bola começou a rolar nos gramados brasileiros no final de semana em mais uma edição do Campeonato Nacional, o Brasileirão. É certo que juntamente com a competição também retornarão as críticas e as polêmicas em relação ao trabalho de árbitros e assistentes, que este ano não mais poderão contar com a presença dos  árbitros assistentes adicionais, aqueles que ficavam atrás da meta, do gol.

É natural que ocorram reclamações contra a atuação dos homens e das mulheres do apito e das bandeiras, visto que o futebol é um esporte que envolve paixões intensas. Porém, é possível adotar algumas providências capazes de diminuir a ocorrência de erros e, também, preservar a autoridade e a integridade moral do árbitro. 

Em primeiro lugar, não pode ocorrer o que aconteceu no ano passado, quando a confusa orientação de bola na mão ou mão na bola acarretou várias penalidades marcadas equivocadamente. Também é imprescindível que a Comissão Nacional de Arbitragem da CBF dê respaldo total aos árbitros, posicionando-se a favor do profissional sempre que o mesmo for alvo de agressões e avaliações que vilipendiem a sua honra. Num mundo ideal, o árbitro deveria se preocupar apenas em apitar o jogo, e para que isto ocorra é preciso ter tranquilidade, apitar com alegria e gostar do que se está fazendo, (depois de 5 anos longe dos gramados, as vezes me imagino correndo na diagonal…). Assim sendo, é também no sentido de garantir minimamente esta tranquilidade que a Comissão de Arbitragem deve atuar. E não apenas ela. Igualmente a Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf) tem por obrigação ser mais atuante, presente e incisiva na defesa dos interesses da categoria. Entendo que sendo membro, diretor, secretário ou presidente da Anaf os mesmos não deveriam ter nenhum tipo de vínculo, como por exemplo delegado, observador, etc… da CBF – assim sendo teriam mais independência para encaminhar as reivindicações dos seus associados.

Buenas, amigos, apesar da fragilidade das condições favoráveis para que a arbitragem exerça o seu ofício com serenidade, torço para que os árbitros e assistentes realizem um bom trabalho no Brasileirão. A bola está rolando, boa sorte aos que estão no campo de jogo.

            B) Sálvio Spinola Fagundes Filho

17 MEDIDAS SIMPLES QUE A CBF PODE ADOTAR PARA MELHORAR A ARBITRAGEM BRASILEIRA

Extraído de: http://espn.uol.com.br/post/507343_17-medidas-simples-que-a-cbf-pode-adotar-para-melhorar-a-arbitragem-brasileira

São 17 as regras do futebol, e, por analogia, elenquei 17 ações de simples aplicabilidade que a CBF pode adotar para melhorar a arbitragem brasileira.

Dizer que está tudo bem na arbitragem é fugir do problema, é se esconder ou viver em outro mundo. Usar de dados estatísticos para mostrar eficiência na arbitragem é enganar a si mesmo.

A arbitragem precisa melhorar, se fortalecer e ganhar credibilidade do mundo do futebol.Erros acontecerão em qualquer lugar que tenha jogo de futebol, aliás, eu cometi muitos, não falo do árbitro e sim da instituição arbitragem.

Durante mais de 20 anos estive nos campos apitando jogos e hoje convivo com jornalistas, jogadores, treinadores e dirigentes, e, em todos os segmentos tem unanimidade: A arbitragem não está bem.

O futebol mudou, está mais veloz. A tecnologia evoluiu com muito mais câmeras e melhor resolução, e a arbitragem ficou estagnada.

Sim, ficou estagnada, nada foi feito nos últimos 20 anos, apenas mais cobrança aos árbitros, rigor no teste físico, alguns cursinhos, mas na estrutura nada foi feito.

Vamos às propostas, lembrando que sempre que uso o termo árbitro, serve para os assistentes e para as mulheres:

1) EXCLUIR DA RESPONSABILIDADE DO ÁRBITRO AS ROTINAS ADMINISTRATIVAS

A CBF tem que atribuir ao Delegado do Jogo as responsabilidades administrativas do evento, deixando o árbitro com a única função (que já é muita) de cumprir as regras, apitar o jogo. Funções administrativas com gandulas, mascotes, imprensa, câmeras, hino, minuto de silêncio, horário de entrada das equipes, faixas de protesto e muito mais, tem que ser da entidade e não do árbitro, como fez a FIFA na Copa do Mundo.

2) ARBITRAGEM COMANDADA POR PROFISSIONAIS COM CAPACITAÇÃO EM GESTÃO DE PESSOAS

A arbitragem brasileira deve ser comandada por profissionais com dedicação exclusiva, profissionais estes com capacitação em gestão e principalmente na gestão de pessoas, não priorizando as técnicas militares, como se usa hoje. Atualmente a arbitragem brasileira é comandada por 2 ou 3 pessoas com dedicação exclusiva para gerenciar mais de 500 árbitros. Algumas federações estaduais tem a estrutura organizacional da arbitragem muito superior a da CBF.

3) CONTRATAR UM INSTRUTOR TÉCNICO POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO PARA QUALIFICAÇÃO E CORREÇÕES TÉCNICAS

São tantos Instrutores técnicos no Brasil e nenhum com definição oficial para instruir e fazer correções diretamente com o árbitro. Com a definição do instrutor técnico chancelado pela CBF o árbitro vai ficar mais confortável para receber a informação e se empenhar para corrigir.

4) CONTRATAR UM PREPARADOR FÍSICO POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO PARA MONITORAMENTO DA CAPACITAÇÃO FÍSICA DO ÁRBITRO

Cada vez mais o árbitro precisa ser atleta, estando com o preparo físico em dia. Com o monitoramento pela CBF, ela terá informações diárias das atividades realizadas por cada árbitro e a Comissão de Arbitragem terá subsídios para escalar o árbitro. O modelo atual de apenas fazer testes físico já está ultrapassado, a entidade tem que estar presente no dia a dia do árbitro e parar de pensar que o árbitro tem que ser auto didático, na sua cidade, no seu estado se preparando, isso não acontece.

5) A CBF ASSUMIR A RESPONSABILIDADE PELO ÁRBITRO

É a principal mudança e mais urgente. Desde 2003 o calendário do futebol brasileiro mudou drasticamente com o Estatuto do Torcedor. A CBF passou a ter campeonatos de abril a dezembro, e nada mudou na arbitragem brasileira, os árbitros continuam sendo formados pelas Federações e são “emprestados” para a CBF, para atuarem em jogos organizados pela entidade nacional. Passou da hora de inverter isso, os árbitros tem que ser da CBF e quando as Federações precisarem pede “emprestado”. A CBF precisa ter seus árbitros de janeiro a dezembro e passar a formar árbitro, não apenas qualificar.

6) DEFINIÇÃO NOMINAL DOS ÁRBITROS QUE ATUARÃO POR SÉRIE

O árbitro não sabe que campeonato vai apitar e o mundo do futebol não sabe quais árbitros vão atuar no campeonato. No ano passado, em 38 rodadas, na série A, 15 árbitros apitaram 1 jogo e, na série B, 23 apitaram somente 1. Por quê? Não tiveram boa atuação? Ninguém sabe. E pior, o árbitro que foi bem fica mais revoltado, porque fica esperando nova escala e ela não vem.

A CBF pode definir 50 árbitros e 100 Assistentes para Séries A e B. Utiliza-se 2/5 por rodada, sendo possível fazer rodízio e não repetir árbitros nas equipes.

Define-se outro grupo para séries C e D, e outro grupo para jogos Amadores.

7) MERITOCRACIA

É o melhor modelo, escala e acesso de divisão por mérito, capacidade, bom desempenho. Estando os árbitros sobre a responsabilidade da CBF, a entidade deixa de cumprir pedidos das federações para escalar seus árbitros e premia somente os melhores, com critério técnico, sem divisões por estados.

8) RODÍZIO NA ESCALA DOS ÁRBITROS

Definir o critério de escalas com ampla divulgação, onde o árbitro não pode atuar em jogos da mesma equipe, no máximo dois jogos na casa da equipe e outros dois fora.

9) FEEDBACK PÓS-RODADA COM TODOS OS ÁRBITROS USANDO SISTEMA DE CONFERÊNCIA

O modelo é adotado no México, país também com grande extensão territorial. Não adianta enviar e-mail exclusivo para o árbitro do jogo ou no grupo de watsapp, todos os árbitros precisam saber o que pensa a comissão e os instrutores.

10) TECNOLOGIA DA LINHA DO GOL

Já comprovado sua eficiência. São 20 estádios para Série A e a tecnologia não será utilizada. A justificativa para não implantar é o custo. Conversei com alguns profissionais de publicidade e todos falaram que várias empresas de tecnologia tem interesse em patrocinar este projeto, é apenas uma questão de querer, e colocar o departamento de marketing para trabalhar. Em conversa com o assistente da Copa Marcelo Van Gasse, primeiro árbitro assistente a ter gol validado com uso da tecnologia, no jogo França x Honduras, ele deu uma declaração muito importante: “A tecnologia não ajuda somente para validar ou não o gol, ajuda muito no impedimento e nas demais atribuições, porque tiramos das nossas costas a responsabilidade de ver se a bola entra ou não, ficamos mais leve e isso ajuda a acertar.” Por que não implantar?

11) ALTERAR A FORMA DE REMUNERAÇÃO DOS ÁRBITROS

O Brasil é o país que mais paga para um árbitro por jogo, mas é o que menos paga por ano. Para se ter uma ideia, um árbitro FIFA na série A ganha por jogo R$ 3.800,00, e este mesmo árbitro para apitar a Copa Libertadores ganha US$ 800,00, aproximadamente R$ 2.400,00. O árbitro precisa de segurança financeira para se organizar na vida. No mundo tem vários modelos de remuneração muito melhor que o adotado no Brasil. A CBF pode copiar, por exemplo, a AFA. Lá, os árbitros argentinos tem uma remuneração mensal e mais uma pequena taxa por jogo. Esse modelo dá mais tranquilidade aos homens do apito e da bandeira e permite a CBF adotar mais cobranças, mais eficiência, mais dedicação.

Pode-se também implantar remuneração indireta, como: pacote de tv por assinatura, academia de ginástica, suplemente alimentar, e outros. A vantagem desta remuneração é o retorno para o próprio futebol, porque qualifica o árbitro e melhora as atuações. Na dificuldade financeira o árbitro não assiste seu jogo porque não tem dinheiro para pagar tv por assinatura, não treina porque não paga academia, economiza onde pode. Este tipo de remuneração pode gerar economia de impostos, onde toda taxa do árbitro é tributada.

12) PRONUNCIAMENTO DA COMISSÃO DE ARBITRAGEM NO PÓS-RODADA


Um dos principais problemas da arbitragem brasileira é a credibilidade, todos desconfiam. A arbitragem brasileira é composta de pessoas honestas e a forma de mostrar esta credibilidade é acabar com a “caixa-preta”. A Comissão de Arbitragem deve se pronunciar oficialmente ou com habitualidade ou nos momentos críticos, nos grandes erros, nas grandes polêmicas. A FIFA utilizou deste expediente na Copa do Mundo, o Presidente da Comissão de Arbitragem deu pronunciamentos e respondeu perguntas dos jornalistas. Esta é a única forma de falar com o torcedor e conquistar a credibilidade e não atendendo a um veículo ou outro.

13) BUSCA DE TALENTOS

Sendo a CBF responsável por formar e capacitar, a entidade tem que ter “experts” em arbitragem para identificar talentos e desenvolver estes árbitros. Ninguém chega a ser árbitro de alto nível só por querer, depende da sequência nas escalas e crescimento na carreira. Não é aceitável que a CBF emita circular dizendo que não aceitará árbitros “fracos”, o árbitro não é um prestador de serviço que está na sociedade à disposição da entidade, o árbitro tem apenas um empregador: a CBF. E é a entidade que dá as oportunidades para o desenvolvimento do árbitro, se tem árbitro “fraco” é porque a escola, o instrutor e a comissão erraram.

14) DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE PARA GERENCIAMENTO DE ESCALAS

Dizem que tem. Nunca vi. E, se tem, está parametrizado com erros. Como pode o árbitro mineiro Claysson Veloso apitar a final do Campeonato Mineiro (jogo tenso) no dia 26 de abril, dois dias depois estava em Juiz de Fora como quarto árbitro no jogo Tupi x Atlético PR e dois dias depois no interior da Bahia apitando Jacupiense x Náutico (3 jogos em 5 dias), ou o caso do também mineiro Igor Benevenuto que apitou no dia 14 de abril, em Florianópolis Avaí x Operário MT e no dia seguinte estava em São José dos Campos, interior paulista, apitando Santos x Londrina, e o paulista Vinicius Furlan que no domingo apitou a final do Campeonato Paulista Palmeiras x Santos, com muitos questionamentos, e na quarta feira estava em Capivari, interior paulista, como quarto árbitro no jogo Capivariano x Botafogo (escala desproporcional, depois de apitar a final foi escalado como quarto árbitro em momento inoportuno). São muitos os exemplos que um software resolveria, fica a impressão que o controle é feito em um papel ou em um caderno, vai ter erro.

15) RESGATAR A ALEGRIA DE APITAR UM JOGO DE FUTEBOL

Cada vez mais o árbitro está tenso, apreensivo e com medo, e isso é o preâmbulo para o erro. Como sempre dizia o sábio Armando Marques: “o árbitro precisa gostar de ser árbitro” ou “apitar um jogo de futebol é desfrutar do que você gosta de fazer”. Para resgatar a alegria de apitar um jogo de futebol é necessário o fortalecimento dos árbitros, com apoio e não com temor ou ameaças, onde alguns instrutores se colocam mais importantes que os árbitros, causando medo antes dos jogos.

16) DEPARTAMENTO DE ARBITRAGEM COM INDEPENDÊNCIA E ISENÇÃO

A escala do árbitro tem que ser técnica, por mérito e a comissão de arbitragem não pode atender a favores ou pedidos de nomes para apitar jogos de determinadas equipes. Atuar com isenção, sem favores políticos.

17) TRANSPARÊNCIA NOS CONTRATOS DE PUBLICIDADE QUE ENVOLVA OS ÁRBITROS

Sim, a CBF é uma entidade privada, mas negociar o “corpo”, a “imagem” do árbitro e não trazer o árbitro para participar destas negociações ou deixa-los cientes dos valores pactuados é no mínimo exploração. O árbitro não fala nada porque teme retaliações, e as entidades representativas dos árbitros são fracas e comprometidas com a CBF, mas é um item de total desmotivação que cria uma relação de antipatia do árbitro com a CBF.

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– Árbitros de Corinthians x Guaraní (PAR) e Cruzeiro x São Paulo

Imagine só: se você tem um árbitro muito jovem e outro veterano, sendo o primeiro inexperiente e o outro muito rodado, tendo um clássico e um jogo de grande contra pequeno, em qual jogo você os escalaria?

Pois bem: para Corinthians x Guaraní do Paraguai, no Itaquerão, teremos o experientíssimo chileno Enrique Ósses, de inúmeras decisões internacionais e clássicos da América do Sul. Já para Cruzeiro x São Paulo, no Mineirão, teremos o novatíssimo uruguaio Andrés Cunha, jovem e desconhecido para a maioria.

Cá entre nós: a lógica e o bom senso não mandariam a inversão desses árbitros? No clássico brasileiro, árbitro habituado a tal jogo. No jogo entre grande e pequeno, árbitro mais jovem.

E você, o que acha dessas escalas?

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– Como interpretar CORRETAMENTE os casos de “mão na bola” e “bola na mão”

Uma mudança na orientação de marcação de infrações em jogadas de “Mão na Bola” e “Bola na Mão” foi colocada em prática a partir da Copa das Confederações-13, bem aceita no restante no mundo e um pouco confusa no Brasil. Não foi uma mudança na Regra do Jogo, mas Massimo Bussaca, o atual comandante da arbitragem mundial, alegou na época ser uma nova interpretação aos árbitros sobre lances duvidosos dessa natureza.

Hoje, só se deve marcar infração por uso indevido das mãos na bola (entenda-se por mãos: a mão, o braço e o antebraçose for uma ação deliberada (proposital/intencional). É uma das poucas infrações onde o árbitro não deve avaliar imprudência, nem força excessiva (lembrando que em qualquer outra falta deve se considerar ação imprudente, temerária ou brutalidade). A Regra 12 (infrações e Indisciplinas) diz que:

Uma das faltas punidas com tiro livre direto é: tocar a bola com as mãos intencionalmente (exceto o goleiro dentro de sua área penal).

Tocar a bola com a mão implica na ação deliberada de um jogador fazer contato na bola com as mãos ou com os braços. O árbitro deverá considerar as seguintes circunstâncias:

– O movimento da mão em direção a bola (e não da bola em direção a mão);

– A distância entre o adversário e a bola (bola que chega de forma inesperada);

– A posição da mão não pressupõe necessariamente uma infração;

– Tocar a bola com um objeto segurado com a mão (roupa, caneleira etc.) constitui uma infração;

– Atingir a bola com um objeto arremessado (chuteira, caneleira etc.) constitui uma infração.

A novidade, desde julho/2013, é: o árbitro deve avaliar se em determinados lances não houve movimento antinatural dos braços no momento do toque (uma intencionalidade disfarçada de falsa imprudência) ou um risco mal calculado do atleta em que a bola possa bater nos braços, em jogada que se poderia evitar. Trocando em miúdos:  pular/ se jogar na bola de maneira a qual a bola possa bater em seu braço, não se cuidando para evitar o contato).

Para muitos, tal orientação ajudou a justificar alguns pênaltis mal marcados. Foi o que aconteceu por aqui.

Vimos lances bizarros de pênaltis mal marcados: em um clássico entre São Paulo x Corinthians no Morumbi, o zagueiro Gil tenta tirar o braço da direção da bola em um chute a queima-roupa e ela bate em seu cotovelo. Nenhuma intenção clara, tampouco subjetiva de colocar a mão na bola. Mas virou, equivocadamente, pênalti… Vimos também uma barreira pulando e o jogador saltando com os dois braços erguidos. Se a bola bate neles, aí sim seria “movimento antinatural“, pois fisiologicamente, você não pula com os braços totalmente esticados e eretos para o alto.

Enfim, essa história de: “nova orientação” não tem segredo. Talvez todo o imbroglio tenha nascido única e exclusivamente da tradução/interpretação do texto, potencializada negativamente por má orientação.

Do jeito que está, é só chutar na mão que vira infração. Parece brincadeira de “Queimada”…

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